Ultimamente tenho dedicado um tanto de tempo para estudar sobre a atividade escrita e garimpando na internet encontrei o ótimo site do escritor Fábio M. Barreto onde ele ministra o interessante curso Escreva Sua História, onde ocasionalmente ele propõe alguns exercícios.
Em minha busca incessante por tempo para escrever, resolvi arregaçar as mangas e participar da atividade nº 5, com s seguinte proposta:
De cara eu pensei, - "ow, droga!" - Nunca havia escrito algo com intenção humorística e não pensei que fosse conseguir algo de cara. Apenas respirei fundo, pensei em alguma piada que gosto e deixei os dedos deslizarem sobre o teclado. Abaixo segue o resultado desta desventura:
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Júlio andou cabisbaixo pelo corredor do hospital, rumo a sala do médico que iria lhe mostrar os resultados dos exames que havia feito. Aproveitou a distância dos passos que lhe restavam até o veredito para preparar seu espírito.
“Dr. Muriel”, dizia a pequena placa diante do médico que acenou para que sentasse na cadeira à frente. Ele deu um daqueles sorrisos presos, daqueles que se dá quando não vão anunciar boas notícias.
“Dr. Muriel”, dizia a pequena placa diante do médico que acenou para que sentasse na cadeira à frente. Ele deu um daqueles sorrisos presos, daqueles que se dá quando não vão anunciar boas notícias.
- Então, doutor, o que é que há? - Júlio disse.
Muriel pigarreou - Senhor Júlio, pelo resto da sua vida você vai precisar tomar estas pílulas.
- E quanto tempo isso significa, doutor?
A garganta arranhou novamente fazendo Júlio pensar que, ou Muriel estava precisando de um copo de água ou ele estava desconcertado com a situação. - Não vamos pensar em questões de tempo… Vamos pensar em quantidade de pílulas. - Então colocou um pequeno frasco de comprimidos sobre a mesa.
- Leve dez. Dá e sobra.
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- Leve dez. Dá e sobra.
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Segue o relato do que aprendi em termos de construção textual e conceitual. Cabe a observação: o relato explica o desenvolvimento da história, não a piada. :-D
A história tem como fonte uma das várias piadas recorrentes feitas pelo personagem Groucho, da HQ italiana "Dylan Dog".
O resultado foi curioso. Gostei de ter visto como podemos revisitar uma história simples, de algumas poucas linhas e lhe dar nossa roupagem. Acho que a narrativa reforçou o tom indireto já presente no humor negro da piada... De alguma forma me lembrou o tom presente em "Homens de Preto" (no primeiro, não nas sequências), sutil, meu tipo de humor preferido que quase não quer ser engraçado. Pode não ter torta atingindo a cara de ninguém e os segundos necessários para entender a sacada podem até estragar a piada para alguns mas, pessoalmente, gostei.
Outra referência que usei, sem intenção, simplesmente foi cuspida no texto foi o trecho "doutor, o que é que há?" do "what's up, doc?", fala clássica do Pernalonga. Até imaginei o maldito coelho pondo as pernas sobre a mesa enquanto petisca uma cenoura, lançando uma expressão cínica ao interlocutor.
No final, o que sobrar da piada interna e do obscurantismo do humor despretensioso do Groucho, fica ao julgo dos olhos do leitor. Espero que seja uma experiência satisfatória.
Para saber mais sobre o assunto, basta seguir o coelho bran... Digo, clicar nos links inseridos no começo desta postagem.
See ya, space cowboys!
MWXS
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