sexta-feira, 14 de março de 2014

Versos não rimados #05 - Poema Insone

Você caminha e então flutua no ar.
Se desprende da própria consciência
E pergunta, surpreendido, para onde irá.

Não possui a mínima ciência de seu destino
E de repente começa mesmo a esquecer de onde veio.

Começa a mudar, evoluir, se contrair e expandir, envelhecer.
Mas continua em frente,
Então volta ao corpo e sente todo o peso da viagem.

Não possui a mínima ciência de seu destino
E de repente começa mesmo a esquecer de onde veio.

As mudanças ficam evidentes, escancaradas na face vista no espelho
E eis as perguntas que ficam:
“Quem é este homem? O que ele viu? Por onde andou?”.

Mundos estranhos e familiares que ficam para trás.
Um milhão de rostos e momentos surgem em flashback.

A música que soa, o vento que sussurra,
O sol que aquece, o mar que abraça.
Os anjos que protegem e que se despedem.

O destino que não se conhece, a origem que se esquece.
Se expandem e se contraem.

Sorrisos e lágrimas engarrafados e jogados ao mar.

-GABRIEL W. TUDOR (Poema Insone)