Você caminha e então flutua no ar.
Se desprende da própria consciência
E pergunta, surpreendido, para onde irá.
Não possui a mínima ciência de seu destino
E de repente começa mesmo a esquecer de onde veio.
Começa a mudar, evoluir, se contrair e expandir, envelhecer.
Mas continua em frente,
Então volta ao corpo e sente todo o peso da viagem.
Não possui a mínima ciência de seu destino
E de repente começa mesmo a esquecer de onde veio.
As mudanças ficam evidentes, escancaradas na face vista no espelho
E eis as perguntas que ficam:
“Quem é este homem? O que ele viu? Por onde andou?”.
Mundos estranhos e familiares que ficam para trás.
Um milhão de rostos e momentos surgem em flashback.
A música que soa, o vento que sussurra,
O sol que aquece, o mar que abraça.
Os anjos que protegem e que se despedem.
O destino que não se conhece, a origem que se esquece.
Se expandem e se contraem.
Se expandem e se contraem.
Sorrisos e lágrimas engarrafados e jogados ao mar.
-GABRIEL W. TUDOR (Poema Insone)