terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Diários de Óculos 2013 #10 - Sobre as festas de final de ano

Não importa o quanto os ranzinzas de plantão acusem datas como o natal de hipócritas e consumistas... Certamente existem pessoas que as transformam assim. Mas ao menos servem para lembrar as pessoas de que elas devem (ou poderiam) ser gentis umas com as outras. A maioria das pessoas volta a sua vida cotidiana no dia seguinte, mas o que importa são aquelas que são verdadeiramente tocadas: pois estas datas podem muito bem fazer com que reflitam sobre seus atos e sobre a maneira como enxergam o mundo e isso pode ser, de fato, transformador.

-MWXS

Diários de Óculos 2013 #09 - Desejos de final de ano

É isso aí... Final de 2013, às margens de 2014 e pelos deuses, como o tempo voa! A cada ano, mais rápido!

Mas sobrevivemos! As dificuldades que enfrentamos podem ter se tornado apenas sombras fugidias do passado, embora possam de quando em vez retornar como fantasmas inconvenientes e incrivelmente tristes.

Mas sobrevivemos! E podemos até lembrar das coisas fantásticas que aconteceram: pessoas, lugares e descobertas: pequenas ou grandes doses de alegria e quem sabe com sorte e vontade, felicidade verdadeira.

Fizemos alguns acertos, vários, mas infelizmente os erros sempre parecerão maiores... As bobagens faladas e os tropeços vão irritar muito mais nós mesmos do que qualquer outro. - Mas sobrevivemos!

Nestas festas derradeiras de final de ano e nos dias que vierem depois deles, desejo a todos os camaradas (presentes ou distantes) e familiares a força de vontade, sabedoria e boa sorte que possam despertar por si mesmos e que os deuses possam lhes conceder. Enfim, desejo que conquistem sua felicidade!

A estrada é longa e nem sempre é fácil... Mas seus caminhos são tudo que podemos desejar.

Encarem os desafios e não desistam!

Abraço grande do amigo de sempre.

-MWXS

Fotografia: Mike Wevanne

sábado, 21 de dezembro de 2013

Coisas que falam sobre coisas 2013 #03 - Só sei dançar com você

SÓ SEI DANÇAR COM VOCÊ
(TULIPA RUIZ)

Você me chamou pra dançar aquele dia 
Mas eu nunca sei rodar
Cada vez que eu girava parecia 
Que a minha perna sucumbia de agonia 
Em cada passo que eu dava nessa dança 
Ia perdendo a esperança

Você sacou a minha esquizofrenia 
E maneirou na condução
Toda vez que eu errava 'cê dizia 
Pr'eu me soltar porque você me conduzia 
Mesmo sem jeito eu fui topando essa parada 
E no final achei tranquilo

Só sei dançar com você
Isso é o que o amor faz 
Só sei dançar com você
Isso é o que o amor faz



domingo, 8 de dezembro de 2013

Diários de Óculos 2013 #08 - "Esportes" no Brasil e a TV

Falam de boxe, falam de futebol. Falam de atletismo, falam de futebol. Falam de natação, voltam para o futebol... Quanto desespero desses programas sobre "esportes", parece que se não falar de futebol de 5 em 5 minutos, o pessoal vai mudar de canal!

Eu respeito o fato do futebol ser o esporte mais popular do país, mas os brasileiros gostam de esportes, se interessam por todos eles. Se a mídia não ...fizesse esse boicote (intencional ou não) e mostrasse outras modalidades com maior destaque, existiria muito mais apoio para muitos atletas em todo o país. Gente que rala mesmo: geralmente sem apoio financeiro algum e muitas vezes, o que conta bastante também, sem apoio social, uma vez que estão praticando uma modalidade não popular.

Estes são duas vezes campeões, mesmo se porventura não ganhem medalha alguma em suas vidas: além do esforço demandado pelo esporte que escolheu, se mantém forte através da vontade num país inteiro dizendo que você tem que calçar uma chuteira e chutar uma bola no gol para você ser levado a sério como esportista.

A estas pessoas, eu celebro sua bravura e à sua saúde!

-MWXS

sábado, 30 de novembro de 2013

Diários de Óculos 2013 #07 - O que já foi

Por que o passado tende a parecer mais brilhante do que o presente?

Parece que nunca vivemos plenamente os dias de hoje, enquanto o tempo outrora (o dia ensolarado de domingo à beira de um rio intermitente quando você dedicava abraços e beijos à sua primeira paixão da adolescência. As noites fugidias quando você acordava no meio da noite ouvindo música e sentindo o calor do corpo deitado ao lado, seu primeiro amor da vida adulta) há de ser para sempre um oásis na memória.

A plena felicidade atingida, mesmo que momentaneamente, verdejará mais imponente em algum ponto que já foi.

-MWXS

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Diários de Óculos #06 - Antunes, Quintana e Leminski

A magia do Arnaldo Antunes é que ele faz musicalmente o que Quintana e Leminski fazem em suas poesias: uma brincadeira de palavras e toda força que elas carregam consigo, como se estivesse numa alegre (vezes triste) ciranda.

-MWXS

sábado, 23 de novembro de 2013

Diários de Óculos #05 - O vulto no escuro

O sobrenatural foge de mim tanto quanto tenho propensão a busca-lo, mesmo não tendo a mínima ideia de como reagirei caso este encontro ocorra um dia.

Então me pergunto: como escrever sobre algo tão fascinante para mim sem nunca o ter vivenciado mesmo em seus níveis mais superficiais?

A curiosidade que move os passos que não se consegue impedir, o calafrio diante do sussurro ou da sombra momentaneamente inexplicáveis.

-MWXS

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Cartas para Ela #02 - Último adeus

Passei por cima dos meu próprio orgulho vezes demais para manter mesmo a mais tênue amizade entre nós. Não obstante, ser julgado o único culpado pelas inconveniências que esta amizade causa por ainda existir foi a gota d'água.

Ter lido que sou digno de sua tão preciosa atenção apenas por "andar relativamente nos trilhos" foi um insulto à reciprocidade demandada por qualquer amizade verdadeira, então, percebida tal ilusão, por que sustentá-la?

Nunca fui e nunca serei da laia dos homens que servem apenas para massagear teu ego e o único motivo de estar aqui, onde ouço tu chamar, é por enxergar muito além da tua beleza.
Eis que agora, depois de tudo feito e tudo acabado, sobra o adeus.
E o último desejo de que fique bem.

-GABRIEL W. TUDOR (Cartas para ela: Último adeus)

Cartas para Ela #01 - Quando durmo

QUANDO DURMO

GABRIEL W. TUDOR

Durmo com o peito apertado por inúmeras vontades contidas.
Momentaneamente sozinho, mas não por escolha.
O desejo me leva longe: até outro quarto, outra cama,
Onde eu poderia retribuir os bons pensamentos,
Dar boa noite sem dizer uma palavra.
Ao te calar com um beijo, te fazer adormecer
Abraçada pelas mesmas vontades que me fizeram fugir esta noite.

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segunda-feira, 29 de julho de 2013

Coisas que falam sobre coisas #02-2013: "Falling down blues"

"Falling down blues", interpretada por Ramblin' Jack Elliot

"Got the blues so bad it hurts my feet to walk.
Wouldn't hate it so bad, but it hurts my tongue to talk.

Oh, I feel like jumping through a key hole in your door.
I could jump so easy, your man will never know.

Some people say the wary blues ain't tough.
But if they don't kill you they will handle you mighty rough.

He took my boggy settled up my black mail.
Gonna find my woman, gonna go somewhere.

She caught the rambling I caught the falling down.
But I'll never see her never turn around.

Got the blues so bad it hurts my feet to walk.
Wouldn't hate it so bad, but it hurts my tongue to talk".

"But I'll never see her never turn around".

terça-feira, 4 de junho de 2013

Diários de Óculos 2013 #04 - Breve reencontro

Nestes dias reencontrei a mulher que conheci. Tudo estava lá, de certa forma, intocados: seus olhos, seu sorriso e sua voz. Mas apesar da alegria que me preencheu naqueles instantes, a verdade ainda vem escancarada: por trás do que eu vi existe alguém diferente, e temeroso, sofro em pensar que tenha sido sempre assim.

Vi com alegria que algumas coisas nunca mudaram. Eu ri. Outras nunca serão mais as mesmas. Eu queria chorar. Senti, com pesar, que algumas coisas talvez nunca foram o que pareceram ser. Eu morri um pedaço.

Estar perto dela sem falar foi como um momento engasgado. Um bem longo, na verdade. Foi como não poder respirar - ou um sentimento de que algo deveria ser feito e em sua falta, tudo o mais estava incompleto.

Quando as palavras enfim conquistaram sua desejada liberdade, pareceu-me algo tão natural. Percebi ainda mais a falta que ela me faz. A fluidez de nossas conversas, o modo com que flutuam de relevância: do assunto mais útil ao comentário mais simplório, embora não menos adequado. Nunca terei uma amiga com quem conversar assim. Foi como rever o sol brilhar e novamente se por. E como todo por do sol é belo, por mais que a noite possa conter desesperança, veio o abraço.

Naquele momento de despedida demos um abraço que ecoou mil palavras. E não houve silêncio que haveria de dizer mais, nenhum sussurro poderia gritar tão alto - "Fica bem" - eu disse. Com o pesar de um adeus e com o alívio de um carinho dado e recebido, esperado há muito tempo. Aquele abraço não resolveu todos os problemas, mas no momento de seu simples e intenso afago, mostrou há quanto foi necessário. A paz que nos banhou e as palavras implícitas em afeto e calor terno. Em lágrimas quase derramadas.

Foi o adeus mais pesaroso que eu jamais terei igual em toda a vida. Ver ela indo embora será uma lembrança que sempre me perseguirá, pois ali me despedi da amiga com quem tive as conversas mais prazerosas que tive na vida: onde aguçávamos nosso raciocínio, destilávamos um humor agradável e dividíamos as curiosidades e mazelas do cotidiano.

As vezes falávamos de mil coisas! As vezes, não conversávamos sobre nada... Oras! As vezes nem precisávamos falar nada!

Bastava um abraço!

-MWXS

sábado, 16 de março de 2013

Diários de Óculos #03-2013

PS: antes que algum chato interprete mal e comente, ele prescisa entender que - exceções SEMPRE existem. Se você é uma exceção, parabéns, este texto não fala sobre você, logo, pode poupar a mim e quaisquer leitores da sua ocasional falha de interpretação, savey? Agora sim, passar bem e boa leitura.

"O tal do tanque não tem muitas histórias. Ele é um pouco refém dele mesmo e escravo das privações. Pergunte a ele sobre histórias e dicas culturais de alguma cidade. O máximo que vai obter é uma série de abdominais e algumas indicações de proteínas e refeições de baixa caloria. O Mundo Verde do tanquinho é logo ali. Na orla da praia ou na academia mais próxima. Correndo sempre sem sair do lugar"

De certa forma, isso me lembrou uma frase do personagem Tyler Durden em "Clube da Luta":

"Autoaperfeiçoamento é masturbação".

Afinal, que tipo de homem é criado numa academia? Digo, não se trata de uma apologia à barriga ou nada contra os benefícios de uma vida saudável através de atividades físicas, muito pelo contrário. Mas não aprecio o pensamento de ir à academia e enxergar apenas o "físico sarado" como fim, simplesmente. Acredito que a força do homem tem que ser direcionada, tem que ter um objetivo que vai muito mais além do que servir para "auto-apreciação" em frente ao espelho.

A força tem que vir da experiência. Da luta do cotidiano. Das oportunidades concedidas pelos deuses para sermos testados e nos tornarmos mais resilientes... As quatro paredes de uma academia podem muito bem resultar em músculos esculpidos, mas nunca irá forjar, por si só, um tipo de homem que tenha algum valor. De lá não vem histórias para contar, de lá não vem cicatrizes para recordar.

Putz, esbarrei com um link e acabei descarregando o que refleti. Culpa da amiga Lorena, hehehe. Curiosamente, eram pensamentos que já vinham me acompanhando já há algumas semanas.

-MWXS

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Diários de Óculos #02-2013

A única coisa nesta vida que hei de pedir a qualquer deus que for, se ainda o fizer algum dia, é que meus caminhos nunca mais tornem a cruzar com os teus... 

MWXS

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Diários de óculos #01-2013

Frequentemente a chuva matinal me faz viajar para um momento distante da memória, mas incrivelmente vívido de lembrar e sentir.


As manhãs em Fortaleza, durante a infância, indo para a escola bem cedo... Ou os feriados no interior, já no começo da adolescência, onde guardo até hoje bons momentos ligados à chuva, banho de açude e amizades inesquecíveis.


Engraçado pensar com aqueles momentos não eram tão claramente perfeitos à sua época, não obstante, vistos sob os olhos da maturidade, encontramos um refúgio de alegria e certa inocência no passado. Não tanto pelo que desejaríamos revivê-los, quanto pelo que gostaríamos de sentir tal sentimento de felicidade novamente!


-MWXS

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Coisas que falam sobre coisas #01-2013: "Unforgettable"

UNFORGETTABLE (Nat King Cole)

Inesquecível, é o que você é.
Inesquecível, seja perto ou longe.
Como uma canção de amor que se liga a mim.
Como pensar em você me faz sentir coisas!
Nunca, antes, alguém foi tanto para mim

Inesquecível, de todas as maneiras.
E, para sempre, é como você ficará.
E é por isso, minha querida, que é incrível.
Que alguém tão inesquecível
Ache que eu sou inesquecível também


Fonte: Vagalume